segunda-feira, 23 de junho de 2008

Empurra a mãe, seu félodapulta.



Metrô cheio é uma delícia, acho ótimo. Principalmente pra despertar nas pessoas, em especial nas do sexo masculino, o que de mais troglodita há. Daí hoje de manhã pegando o metrô na Central um velho resmungão de uns 40 anos começa a esbravejar dizendo que se o empurrarem vai empurrar todo mundo. Adoro gente jocosa a essa hora da manhã.

O metro não esvazia da Central até a Carioca, e em dia de curso eu só desço em Copa. Uma menina me vira e pergunta onde descerei, como iria pra longe dou passagem pra ela sair na próxima estação, que seria a Carioca. O velho começa: “Mas nem que ela fosse invisível pra passar por aqui”. Isso mega me deu nos nervos, tanto que eu virei pra ele e disse: “Assim, invisível? Mas nem perde massa, certo?”. Tinham algumas (muitas) pessoas perto que ouviram e deram risinhos de deboche. Acho que foi pior do que ter empurrado ele, que veio numa de falar da educação alheia. Eu peguei e disse: “Você fala de educação, mas tava querendo empurrar as pessoas. Se todo mundo pensar assim, todo mundo vai empurrar todo mundo. Eu acho mais válido encarar tudo na boa e não rolar estresse”.

Foi nessa hora que a Carioca chegou e a Xuxa desincorporou de mim, o idiota desceu e eu fiquei pensado da onde eu tive cara de dizer isso.


Talvez eu esteja assistindo demais aos vídeos da Maísa.

domingo, 15 de junho de 2008

Troféu Antipatia - Leonardo te Despreza.



Se quiser ganhar é só falar. Já distribuí pra algumas pessoas, inclusive. Olha que esse é um dos prêmios mais difíceis de ganhar. Uma porque eu tento ver o lado bom da pessoa até o final; e duas porque se tem uma coisa que eu detesto é antipatia. Se bem que nem diria antipatia pra alguns casos, mas sim indiferença.

Mas quem se importa, nem minhas amigas essas pessoas são.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Steadier Footing.

Ficou tarde e agora quero ficar sozinho. Todos os nossos amigos estavam aqui, eles foram todos para casa. E aqui estou eu sentado na varanda da frente vendo os bêbados tropeçarem pela noite.

“Você me deu um ataque cardíaco, eu não te vi lá. Eu pensei que você tivesse desaparecido daqui cedo”

E essa é a chance que eu nunca tive para agir, mas nós só conversamos sobre as pessoas que conhecemos nos últimos cinco anos e iremos lembrá-las por mais dez.

Eu deixei você filar um cigarro, você largou no inverno passado. Eu já tentei duas vezes antes, mas desse jeito simplesmente não ia durar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cantinho da Anunciante.

Eu nem sabia que ela fazia, quanto mais que ela tinha parado, mas a Ruth pediu pra avisar pra minha mãe e pro pessoal que ela voltou a fazer tricô. Pulôveres, luvas, tocas e meiões por até 10 reais em duas vezes. É só falar com ela.

A qualidade é garantida. Ela me disse que fez várias peças pra mim quando eu era criança, incluindo casaquinhos e meias. Outra coisa que eu também não sabia.

Como é bom encontrar com os vizinhos de manhã na rua, anima o meu dia!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Andar de trem é ter história pra contar.

Não faz nem uma semana que eu comecei a me utilizar desse meio de transporte e já parece que passou um mês que eu ando nisso. A começar pelo tempo que eu economizo não pegando trânsito nenhum.

Sempre quis ir da minha casa ao centro voando, e de trem se eu levar uma hora é muito. Levo uns 40 minutos, isso quando o trânsito da minha casa até a estação está ruim. E a lenda de que trem é super-cheio é super-mentira. Ele não é muito mais cheio do que o metrô não, e às vezes consegue ser até mais vazio. Costume de multidão enlatada eu já tenho mesmo... O que eu não tinha de fato era esse costume de velocidade, tanto que ao vir embora tenho de ficar atento, senão vou parar em Japeri. Imagina? Falar nisso tenho que ficar de olho, to aqui sentado no chão e não to vendo em qual estação eu to... Pois é, não tem lugar sentado e aderi à moda “trem”. Pelo menos enquanto eu estiver dentro do vagão.

Esse é o terceiro dia consecutivo que eu pego trem, e em horários diferentes (já que tem dia que vou mais cedo pro curso em Copacabana) e um grupo de evangélicos extremistas fervorosos e que possuem um pandeiro em mãos atazanam o meu silêncio de Cascadura (onde subo) até a Central do Brasil (onde desço). Se não for o mesmo grupo dos outros dias.

Não tenho nada contra outras manifestações religiosas, desde que essa não venha a interferir no meu espaço. Como aconteceu certa vez, quando mandaram missionários até a minha porta. Atendi com a maior boa vontade, fui atencioso e até servi água. Até aí beleza, só que esses mesmos missionários deixaram um livro supostamente para eu ler e eles terem um pretexto de voltar. Daí eu falei pra não deixar porque ler eu não ia. Ignoraram o que eu tava falando e deixaram a pemba do livro. E o pior foi que eles voltaram na semana seguinte justamente na hora da minha novela das 18h, na época Alma Gêmea nos seus últimos capítulos. Penso que independentemente de religião, nós devemos respeitar o direito do próximo de pouco ligar pra certas coisas e deixar, então, cada um no seu quadrado.

Mas o ápice dessa falta de respeito ao espaço do outro não foi, por incrível que pareça, dentro de um vagão lotado, mas sim agora pouco no embarque na Central do Brasil. Ali são 257 plataformas, sendo que em cada uma embarcam uns dois trens, onde esses partem pros mais diferentes lugares do mundo, os quais o nome eu nunca ouvi falar. Eu nunca aprendi a decifrar aquele emaranhado de linhas coloridas, quiçá aquela sopa de letrinhas e suas combinações com números. Saída D-4, plataforma G, pra mim não passa de uma posição homossexual exótica do Kamassutra.

Eu tava perdido e procurando o lugar certo pra entrar-sair-ficar-sentar-ou-até-mesmo-chorar e perguntei pra duas meninas que estavam sentadas no banco. Eu chego todo politeness, cheio de dedos e dos “boa-noite-poderia-me-dar-uma-informação” pra falar com elas e uma das Rihannas me vira e fala: “Não vem você também não, moço. Não enche meu saco”. Sabe quando você fica sem reação e a sua vontade é de mandar ir tomar no cu? Mantive a compostura e perguntei “Oi?”. Aí ela começou a querer bancar de galo pra cima de mim, me “chamanu di ném e os cacete”. Fiz a egípcia e dei de ombros. Aposto que algumas pessoas que estavam perto sentiram vergonha alheia por mim, tanto que me deram a tal informação que eu queria. Agradeci e dei boa noite+beijos e não abaixei o meu nariz.

Essas bizarrices de trem não são só pro lado negativo. Tem coisas que eu rio internamente até morrer (essa de hoje, agora pensando, foi uma dessas). No final de semana eu andei de trem com um amigo (Bernard) e tinha uma criança de 9 anos, no máximo, brincando de Alzira no ferro de apoio do vagão. Morro (morremos) com essas coisas, sabe? E é isso que me dá forças de seguir caminhando e cantando a mesma canção de igreja todos os dias de manhã, pois pelo menos roubado meu vagão não vai ser.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Fiquei alálico depois dessa.

Eu peguei e tirei cinco minutinhos de cochilo no ônibus. Essas dormidas têm sido muito recorrentes de uns meses pra cá. Trabalho, curso, dormindo tarde, etc. Essas dormidas até que relaxam no engarrafamento de duas horas e tudo o mais. Hoje não foi a primeira vez que eu acordo com uma palavra estranha e desconhecida na cabeça. Das outras vezes eu ignorava e não experimentava jogar no Google. Mas dessa vez eu resolvi guardar.

Daí que a palavra era “Alálica”. Eu pensei : “Que raios de palavra é essa? Ato ou ação de falar ‘lá-lá-lá’?”. Achei sonoro, repetitivo e até pomposo, então resolvi anotar no celular e procurar na Internet quando chegasse aqui no trabalho.

"Alálico adj (gr álalos+ico) Med 1 Relativo ou pertencente à alalia. Da natureza da alalia. 3 Afetado de alalia. sm Indivíduo com alalia.

Alalia por sua vez é uma doença que causa a impossibilidade de expressão através da palavra, devido a uma perturbação orgânica ou funcional. Não muito diferente do lá-lá-lá que eu imaginei de início. Em suma, uma pessoa álala é aquela que não consegue falar. Bem suspeito.

A outra definição se trata da Batalha de Alalia (atual Aléria), que ocorreu no período de 540 e 535 a.C., na região mais ou menos onde hoje fica a Itália. Tipos, Itália, Roma, Império, Constancio, meu nome? Oi? Seria essa uma lembrança inata reprimida no subconsciente, ou apenas informação do mesmo ignorada e armazenada? Te falar que eu não lembro de ter estudado isso em História não. Freud e Kardec supostamente explicam, não é mesmo?


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/f/f3/Location_Battle-of-Alalia.PNG

30 horas num dia, por favor.

A falta de tempo da sociedade saturada me pegou.