Só que com toda essa coisa de foda-se daqui, foda-se acolá eu vi que eu to meio que ficando desacreditado, não crendo que possa existir uma tampa velha pra minha panela amassada. Sabe quando você quer ter alguém pra planejar alguma bobeira no final de semana? Mesmo que seja só pra se ver e comer chocolate vendo filme. Mesmo que nem veja nada, nem coma nada (insira aqui uma piadinha infame), só o fato de estar do lado, saca? Ou então sei lá, ter alguém pra ligar a qualquer hora e falar que viu uma lagarta virar borboleta. Sentimentalismo é muito gay assim mesmo, mas garanto como dado científico que nove entre dez pessoas querem ter um amor bobinho assim, sem pretensão. Esse amor lúdico da sessão da tarde, que você assiste (ou assistia porque não tem mais tempo) e fica com o olho marejado pensando se um dia acharia alguém assim. E entra ano, sai ano e nunca pinta.
Talvez seja o caso de trabalhar mais arduamente a auto-suficiência, embora não dê pra negar como é bom ter alguém pra dizer “eu te amo”, “você é meu (minha)”, mesmo que na micareta da vida ninguém seja de ninguém.
Falar de amor é como um ônibus circular. Você vai falar, falar... Vai passar por várias paradas e voltará sempre ao mesmo ponto. E a esperança que suba alguém que mexa com a sua catraca é que não deve ser posta no bagageiro.
Faz sinal pro meu ônibus do amor suas gostosas.
Desacreditado sim, insensível jamais.